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Alimentos Funcionais: tudo o que você precisa saber sobre estes alimentos surpreendentes

Por Janaína Marra Comentários 6 Comments

alimentos funcionais

Você sabe o que é e para que serve um alimento funcional?

Se você pensa que um alimento serve apenas para matar a fome ou para fornecer calorias necessárias para a sua sobrevivência, você mudará de opinião após ler este post.

A Nutrição sempre esteve envolvida com assuntos controversos. É uma área em constantes mudanças e descobertas. A alimentação funcional é um dos campos mais recentes nessa área. Ela vem despertando muito interesse de pesquisadores e especialistas que buscam ampliar seus estudos e consolidar algumas informações já apresentadas.

Hipócrates, pai da medicina moderna, já dizia uma verdade incontestável:

“Faça com que o seu alimento seja o seu medicamento, e o seu medicamento, o seu alimento.” – Hipócrates (460 a. C. – 370 a. C.).

Já temos ampla consciência da importância do alimento para nossas vidas e para a nossa saúde, apesar de algumas pessoas insistirem em não considerar tal fato, infelizmente.

Entretanto, o alimento funcional traz um “algo a mais”, uma característica especial que o destaca do alimento comum e que o torna o foco atual da Nutrição. Neste post, eu vou falar sobre esse diferencial e também trarei vários esclarecimentos sobre o tema.

Aqui você encontrará um conteúdo bem completo, em forma de Perguntas & Respostas, para facilitar a sua compreensão.

Confira a lista de perguntas (clique na pergunta para ir direto para a resposta):

1.Qual é a diferença entre “alimento comum” e “alimento funcional”?

2.Quais são as substâncias especiais presentes nos alimentos funcionais que os diferenciam dos demais alimentos?

3.Como e quando surgiu o termo “alimentos funcionais”?

4.O que são Alimentos Funcionais?

5.Qualquer alimento pode ser comercializado com alegação de propriedade funcional destacada em seu rótulo?

6.Qual é a diferença entre o alimento funcional e o nutracêutico?

7.Quais são os benefícios dos alimentos funcionais?

8.Os alimentos funcionais curam doenças?

9.Quais nutrientes e não nutrientes possuem alegações de propriedade funcional aprovadas pela ANVISA (LISTA DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS)?

10.Como garantir que você está comprando um alimento funcional?

11.Existem substâncias que ainda não tiveram a alegação de propriedade funcional aprovada pela ANVISA, mas sobre as quais já foram feitos estudos comprovando sua eficácia (LISTA DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS)?

12.Existe comprovação científica para as alegações de propriedade funcional ou é apenas mais uma estratégia de marketing das empresas?

13.O que é Nutrição Funcional?

14.O que é Gastronomia Funcional?

15.Qual é a quantidade mínima de ingestão diária de alimentos funcionais recomendada pelos nutricionistas ou especialistas?

16.Como você pode adotar uma dieta funcional?

17.Quais são os profissionais de referência nessa área no Brasil?

18.Qual é a legislação da ANVISA aplicável a alimentos com alegações de propriedades funcionais?

1. Qual é a diferença entre “alimento comum” e “alimento funcional”?

Alimento comum e funcional

O alimento comum tem como finalidade básica fornecer energia e nutrientes para a construção e funcionamento do nosso corpo.

De acordo com suas funções, ele pode ser dividido em 3 grandes grupos:

  • Alimentos energéticos: possuem a função de fornecer energia ao organismo. Sua principal fonte são os carboidratos e as gorduras naturais e saudáveis presentes nos grãos integrais, tubérculos, raízes, leguminosas, azeite de oliva, abacate, óleo de coco, manteiga, oleaginosas, entre outros;
  • Alimentos construtores: possuem função de auxiliar no crescimento e restabelecimento dos tecidos. A sua principal fonte são as proteínas presentes nas carnes em geral, ovos, leite e derivados;
  • Alimentos reguladores: possuem a função de regular o funcionamento do corpo. A principal fonte são as vitaminas, minerais e fibras presentes nas frutas, legumes e verduras.

De alguns anos para cá, percebemos a existência de uma conexão muito maior entre a alimentação, a nutrição e a saúde.

O foco hoje se volta mais para a prevenção dos problemas ou males do corpo e da mente e para a construção de uma boa imunidade. Atualmente, a preocupação está, sobretudo, no “cuidar” e “nutrir” a saúde e não simplesmente em tratar e curar doenças.

A partir disso, o alimento passou a ser considerado não só pelas suas funções nutricionais básicas. Hoje, ele também é visto como possuidor de substâncias especiais. Essas substâncias oferecem maior proteção contra doenças, maior estímulo à saúde e melhor qualidade de vida.

Assim, além do alimento ser fonte de energia e dos nutrientes necessários à manutenção do nosso corpo, ele tem, ainda, uma “função” diferenciada, seja para reduzir o risco de uma série de problemas de saúde, seja para oferecer uma vida mais saudável.

Esses são os chamados alimentos funcionais, novo tema da Nutrição.

2. Quais são as substâncias especiais presentes nos alimentos funcionais que os diferenciam dos demais alimentos?

substancias especiais alimentos funcionais

As substâncias especiais encontradas nos alimentos funcionais são os nutrientes e os denominados não nutrientes.

São considerados como não nutrientes as substâncias bioativas e os probióticos.

Vou explicar agora o que cada um desses termos significa, a partir dos conceitos adotados pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre o assunto. Não se assuste! Pretendo esclarecer todas as dúvidas sobre esse novo tema da Nutrição.

Veja as definições dadas pela ANVISA* para essas substâncias:

  • Nutriente: é a substância química encontrada em alimento, que proporcione energia, e/ou é necessária para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da vida, e/ou cuja carência resulte em mudanças químicas ou fisiológicas características.
  • Probiótico: são microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal, produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo.
  • Substância Bioativa: além dos nutrientes, são os não nutrientes que possuem ação metabólica ou fisiológica específica.

(*) Resolução RDC nº 2/02.

3. Como e quando surgiu o termo “alimentos funcionais”?

alimento funcional japao

O termo “alimentos funcionais” surgiu no Japão, na década de 1980, quando as entidades governamentais perceberam o crescente aumento da população de idosos e a elevação da expectativa de vida.

Essa situação criou um alerta geral sobre a necessidade de melhorar a qualidade da nutrição e reduzir os gastos com a saúde no país, por meio da prevenção de doenças crônico-degenerativas.

A partir daí, o governo japonês iniciou vários estudos na área nutricional, para identificar e desenvolver alimentos que oferecessem uma proteção especial à saúde da sua população.

Em 1997, foi criada uma regulamentação específica para aprovação desses alimentos, conhecidos no Japão como FOSHU – Foods for Specified Health Use (Alimentos para Uso Específico de Saúde).

O processo de certificação no país é bastante rigoroso. Apenas os alimentos que recebem um selo de aprovação do Ministério de Saúde e Bem-Estar do Japão estão autorizados a fazer “alegações de saúde” nos seus rótulos e, dessa forma, serem comercializados.

4. O que são Alimentos Funcionais?

o que e alimento funcional

Apesar do princípio da alimentação funcional já ter sido adotado mundialmente, não existe um conceito único difundido. A regulamentação e os critérios de aprovação desses alimentos também variam de acordo com o país.

No Brasil, por exemplo, não há uma definição específica de alimento funcional na legislação.

O termo alcança apenas o que se denomina de alegação de propriedade funcional estabelecida na Resolução n. 18/1999 da ANVISA, ou seja:

 ➡ As alegações de propriedade funcional são as que descrevem o papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente (exemplos: substâncias bioativas e microrganismos) possuem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do nosso corpo.

Portanto, para que um alimento seja considerado “funcional”, ele precisará conter certos nutrientes e/ou não nutrientes que promovam efeitos benéficos à saúde, além de seus valores nutricionais básicos.

Porém, não é qualquer produto ou componente que pode ser comercializado com alegação de propriedade funcional. Entenda a razão nesta outra pergunta.

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5. Qualquer alimento pode ser comercializado com alegação de propriedade funcional destacada em seu rótulo?

produto funcional supermercado

A resposta é não! Somente após o registro com a chamada alegação de propriedade funcional é que os produtos ou substâncias terão autorização da ANVISA para ser comercializados com rótulos destacando essa alegação.

Eles precisam se encaixar e estar registrados nas seguintes categorias:

⇒ Alimentos com alegações de propriedades funcional ou de saúde, geralmente encontrados no mercado como “alimentos funcionais”. Veja exemplos na Pergunta 10;

⇒ Substâncias bioativas e probióticos isolados com alegações de propriedades funcional ou de saúde, geralmente encontrados no mercado como “nutracêuticos”. Veja exemplos na Pergunta 6.

Para haver esse enquadramento, alguns critérios precisam ser atendidos:

  • O produto ou a substância devem ser seguros para consumo sem supervisão médica;
  • O produto ou a substância devem ser consumidos como parte de uma dieta normal e habitual;
  • É necessária a comprovação científica da alegação de propriedade funcional e da segurança de uso;
  • As alegações podem fazer referência à manutenção geral da saúde, ao papel fisiológico dos nutrientes e não nutrientes e à redução do risco de doenças;
  • Não são permitidas alegações que façam referência à prevenção, tratamento ou cura de doenças;
  • As alegações precisam estar de acordo com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAM), ou seja, devem contribuir para uma alimentação mais equilibrada, saudável e segura;
  • As alegações não podem transmitir informações que ressaltem efeitos ou propriedades que não sejam demonstrados.

Esse registro é obrigatório para que uma empresa alegue, na embalagem, que o seu produto contém propriedades funcionais. Portanto, os alimentos in natura, fontes naturais de substâncias funcionais, como peixes, frutas, verduras, cereais e outros, não necessitam desse registro.

6. Qual é a diferença entre o alimento funcional e o nutracêutico?

nutraceuticos

O alimento funcional caracteriza-se:

  • Por possuir aparência de um alimento comum, podendo ser um alimento natural ou um alimento manipulado/industrializado no qual um componente foi adicionado, removido ou modificado;
  • Por conter, em sua composição, nutrientes e não nutrientes em dosagens naturais e não concentradas;
  • Pelo fato de seu conceito estar direcionado para a indústria alimentícia.

Exemplos: aveia em flocos, tomate, peixes marinhos, leites fermentados com probióticos, pão de forma com fibras, etc.

O nutracêutico (junção de “nutriente” + “farmacêutico”) caracteriza-se:

  • Por possuir aparência de um medicamento;
  • Por ser considerado um suplemento dietético;
  • Por ser apresentado em forma de cápsulas, comprimidos ou pó de uma substância concentrada, ou seja, em dosagem superior à encontrada nos alimentos;
  • Pelo fato de seu conceito estar direcionado para a indústria de suplementos e medicamentos.

Exemplos: ômega 3 em cápsulas, quitosana em comprimidos e cápsulas, psyllium em sachês, etc.

 ➡ Observação importante: todos os nutrientes e não nutrientes funcionais comercializados em forma isolada e concentrada são considerados nutracêuticos. Entretanto, nem todo nutracêutico é um nutriente ou não nutriente funcional.

7. Quais são os benefícios dos alimentos funcionais?

beneficios alimentos funcionais

Além das suas qualidades nutricionais básicas, os alimentos e substâncias funcionais proporcionam vários benefícios para a saúde, tais como:

  • Redução dos riscos do aparecimento precoce de doenças crônico-degenerativas (doenças cardiovasculares, câncer, hipertensão, diabetes, doenças inflamatórias, intestinais e mal de Alzheimer);
  • Promoção do aumento da longevidade com qualidade de vida;
  • Melhoria e estímulo do sistema imunológico;
  • Fornecimento de maior proteção à saúde no longo prazo;
  • Favorecimento do funcionamento do organismo;
  • Promoção do bem-estar das pessoas.

Cada componente particular presente no alimento funcional proporciona um benefício específico para o nosso organismo. Confira quais são esses benefícios nas Pergunta 9 e Pergunta 11.

➡ Atenção! Alimentos funcionais não são fórmulas mágicas. Seu simples consumo não é suficiente para você acreditar que irá usufruir de todos os benefícios que eles lhe oferecem.

Esses alimentos devem fazer parte de uma dieta balanceada e precisam ser consumidos de forma habitual. A adoção de um estilo de vida mais saudável, associado à prática regular de atividades físicas também são imprescindíveis para isso.

É a saúde sendo construída e conquistada em mudanças diárias e permanentes!

8. Os alimentos funcionais curam doenças?

alimento funcional nao cura doenca

A resposta é não! Não podemos confundir alimentos funcionais com medicamentos.

Esses alimentos não possuem finalidade terapêutica ou medicamentosa. Eles trazem como benefício a redução do risco de doenças, não a sua cura.

Por determinação da própria ANVISA, para registro de alimentos com alegação de propriedade funcional, essas alegações não podem fazer referência à prevenção, tratamento ou cura de doenças.

9. Quais nutrientes e não nutrientes possuem alegações de propriedade funcional aprovadas pela ANVISA (LISTA DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS)?

alimentos com alegacao funcional

A ANVISA aprovou, até o momento, os seguintes nutrientes e não nutrientes com alegações de propriedade funcional:

Substância FuncionalBenefícios (*)Onde Encontrar
Ácidos graxos – família do Ômega 3Auxiliam na manutenção dos níveis saudáveis de triglicerídeos.Peixes marinhos (salmão, atum, sardinha, cavala, arenque), óleos vegetais, semente e óleo de linhaça.
Carotenóides:

  • Licopeno
  • Luteína
  • Zeaxantina
Têm ação antioxidante, protegendo as células contra os radicais livres.São encontrados predominantemente nos vegetais amarelos, alaranjados, vermelhos e verdes, tais como: tomate e derivados, goiaba vermelha, pimentão vermelho, melancia, mamão, pitanga, repolho, folhas verdes, brócolis, couve-de-bruxelas, pequi, milho, etc.
Fibras alimentares:

  • Fibras alimentares;
  • Beta-glucana;
  • Dextrina Resistente;
  • Frutooligossacarídeos – FOS (prebiótico);
  • Goma guar parcialmente hidrolisada;
  • Inulina (prebiótico);
  • Lactulose;
  • Polidextrose;
  • Psillium ou Psyllium;
  • Quitosana;
  • Fitoesteróis.
Auxiliam no bom funcionamento do intestino e na redução do colesterol; contribuem para o equilíbrio da flora intestinal; auxiliam na redução da absorção de gordura (psyllium e quitosana).Fibras alimentares: cereais como aveia, centeio, cevada e milho; leguminosas como soja, feijão e lentilha; frutas como abacate, maçã, goiaba, ameixa seca; verduras; brócolis; sementes como chia, girassol e linhaça.

Beta glucana: aveia.

FOS e Inulina: banana, batata yacon, mel, raiz de chicória, alho, cebola, aspargos, alcachofra, alho-poró.

Fitoesteróis: nozes, semente de girassol, óleo de soja, óleo de canola, trigo, milho, feijões, abacate, legumes e verduras.

Dextrina resistente, Goma guar, Lactulose, Polidextrose, Psyllium, Quitosana: suplementos dietéticos.

Polióis:

  • Manitol;
  • Xilitol;
  • Sorbitol
Não produzem os ácidos que danificam os dentes (não causam cáries).Adoçantes e gomas de mascar sem açúcar.
Probióticos:

Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei shirota, Lactobacillus casei variedade rhamnosus, Lactobacillus casei variedade defensis, Lactobacillus paracasei, Lactococcus lactis, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium animallis (incluindo a subespécie B. lactis), Bifidobacterium longum, Enterococcus faecium.

Contribuem para o equilíbrio da flora intestinal.Iogurtes, leites fermentados em geral e kefir.
Proteína de sojaAjuda a reduzir o colesterol. Soja e seus derivados.

(*) Benefícios destacados nas alegações de propriedade funcional aprovadas pela ANVISA.

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10. Como garantir que você está comprando um alimento funcional?

Rotulo com alegacao propriedade funcional

Para que um produto industrializado seja comercializado com alegação de propriedade funcional, ele precisará ter seu registro junto à ANVISA, conforme mencionado na Pergunta 5.

Diversos produtos com alegação de propriedade funcional aprovada por esse órgão podem ser encontrados à venda nos mercados, tais como:

  • Aveia em flocos finos;
  • Margarinas enriquecidas com fitoesteróis;
  • Pães de forma enriquecidos com fibras;
  • Pó para preparo de bebidas enriquecido com vitaminas e minerais;
  • Biscoitos enriquecidos com fibras;
  • Leites fermentados com probióticos, como o Yakult, entre outros.

➡ Informação importante: veja que o simples fato de ter alegação de propriedade funcional aprovada pela ANVISA não significa que o alimento é saudável, como é o caso, por exemplo, de margarinas, pó para preparo de bebidas e biscoitos. Ainda temos muito que avançar na adoção de hábitos saudáveis, começando pelos próprios órgãos que seriam os responsáveis por cuidar da saúde da sua população.

Confira aqui a lista de todos os produtos já aprovados pela ANVISA com alegação de propriedade funcional e de saúde (selecione a categoria “Alimentos c/ alegações de propriedades funcionais e ou de saúde” para que a lista seja apresentada).

Essa lista inclui tanto os alimentos funcionais, como os nutracêuticos. Nela você encontra todos os produtos, inclusive aqueles que já estão com a alegação vencida.

Mas atenção! Não se deixe enganar. Muitas embalagens apresentam indicações de que os produtos possuem ou foram enriquecidos com determinadas substâncias, fato que os tornaria mais saudáveis e mais benéficos que outros alimentos.

Entretanto, grande parte dessas informações não passam de apelos de marketing das empresas, pois muitos produtos encontrados no mercado não possuem a alegação de propriedade funcional aprovada pela ANVISA.

Fique atento aos rótulos! Eles devem destacar o texto da alegação de propriedade funcional aprovada por esse órgão.

11. Existem substâncias que ainda não tiveram a alegação de propriedade funcional aprovada pela ANVISA, mas sobre as quais já foram feitos estudos identificando sua eficácia (LISTA DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS)?

alimentos sem alegacao funcional

Sim! A alimentação funcional é uma área bem recente na Nutrição e necessita de muitas pesquisas para consolidar todas as informações que circulam a respeito desse tema.

Estudos científicos estão sendo constantemente divulgados, identificando a existência de várias substâncias funcionais que produzem efeitos benéficos à saúde, mas que ainda não foram submetidas e nem analisadas pela ANVISA.

O processo de aprovação junto à ANVISA é contínuo e dinâmico, mas também extremamente lento. Por isso, alguns alimentos já foram considerados como funcionais pelos cientistas e especialistas, mas ainda necessitam de registro junto ao órgão.

Confira aqui algumas dessas substâncias funcionais:

Substância FuncionalBenefícios (*)Onde Encontrar
Flavonóides – Os mais estudados:

  • Quercetina;
  • Catequina;
  • Isoflavona;
  • Antocianina
Possuem ação anticâncer, ação vasodilatadora, anti-inflamatória e antioxidante. Auxiliam na redução dos sintomas da menopausa (isoflavona).Quercetina: Chá verde e chá preto, erva-mate, maçã, cebola, brócolis, uva e vinho tinto.

Catequina: chá verde e chá preto, cacau (chocolate amargo), uvas e derivados (suco e vinho tinto).

Isoflavonas: soja e derivados, leguminosas.

Antocianina: encontrada em alimentos de cor roxa e vermelho-escuro, como frutas vermelhas (morango, amora, framboesa, mirtilo e cereja).

Indóis e isotiocianatosSão indutores de enzimas protetoras contra o câncer, principalmente de mama.Couve-flor, repolho, brócolis, couve-de-Bruxelas, rabanete e mostarda.
Sulfetos alílicosAjudam a reduzir o risco de câncer gástrico, o colesterol e a pressão sanguínea. Estimulam o sistema imunológico.Alho e cebola.
LignanasPossuem ação anticâncer.Linhaça, gergelim e grão de bico.
TaninoPossui ação antioxidante.Maçã, manjericão, manjerona, sálvia, uva, caju, soja, feijões, ervilha seca, café, chá verde.
BetacarotenoTem ação antioxidante, defendendo as células dos radicais livres, e ação protetora contra doenças cardíacas e o câncer.Abóbora, cenoura, mamão, manga, folhas verdes, acerola, batata doce, pêssego.

(*) Benefícios indicados em estudos acadêmicos e científicos.

12. Existe comprovação científica para as alegações de propriedade funcional ou é apenas mais uma estratégia de marketing das empresas?

comprovacao cientifica alimentos funcionais

O principal objetivo da regulamentação das alegações de propriedade funcional é garantir que as informações sobre as propriedades e os benefícios dos alimentos, bem como a segurança do seu uso, sejam fundamentadas em evidências científicas.

Através da regulamentação, as autoridades buscam proteger a saúde da população e evitar que o consumidor seja confundido com supostas alegações sem respaldo científico e incentivado ao consumo de produtos por simples estratégias comerciais das empresas.

Entretanto, apesar de toda essa preocupação das autoridades, dois questionamentos precisam ser considerados quando falamos de produtos industrializados:

  • Será que os produtos industrializados possuem concentração suficiente de substâncias funcionais para promover reais benefícios à saúde?
  • Será que um produto industrializado, acrescido de uma substância funcional, é capaz de substituir ou promover igual benefício que um alimento natural de onde essa substância foi retirada?

Estudos já apontam que nenhum ingrediente isolado consegue promover benefício igual ao de um alimento convencional.

No alimento natural estão presentes vários outros nutrientes que, atuando de forma sinérgica, conseguem potencializar a ação e promover um benefício muito maior ao organismo do que qualquer substância isolada.

Estudos também revelam que nenhum alimento que sofreu manipulação para retirada de componentes e depois passou por um novo processo de industrialização, com adição de outras substâncias, promove benefício igual ao de um alimento natural convencional.

Portanto, fica evidente que é preciso estimular o consumo de alimentos funcionais naturais que não passam por processos industriais. Além de mais baratos, são mais benéficos à saúde e mais acessíveis.

13. O que é Nutrição Funcional?

individualidade bioquimica nutricao funcional

Nutrição Funcional é a mais nova área da Nutrição e se diferencia por considerar os seguintes aspectos:

  • O tratamento nutricional é personalizado, respeitando a individualidade bioquímica de cada pessoa, as suas características e necessidades particulares;
  • O tratamento aborda a pessoa como um todo, investigando como os distúrbios e disfunções no organismo podem estar relacionados com fatores alimentares, ambientais, físicos e emocionais;
  • O tratamento é direcionado para o paciente e não para a doença;
  • Busca-se promover o equilíbrio nutricional e otimizar a absorção e o aproveitamento dos nutrientes pelo organismo;
  • O conceito de saúde é empregado como aumento de vitalidade e não apenas como ausência de doença.

14. O que é Gastronomia Funcional?

gastronomia funcional

Gastronomia Funcional é a união da Nutrição Funcional com a Gastronomia. As características dessa união são:

  • Nutrir o organismo, respeitando a individualidade bioquímica de cada pessoa e considerando suas restrições, intolerâncias e alergias a determinados alimentos;
  • Unir o sabor com a saúde, elaborando pratos mais saudáveis, mais nutritivos e mais benéficos ao organismo, e, ainda assim, cheios de sabor, textura e aromas;
  • Utilizar técnicas adequadas de cozimento para preservação dos nutrientes dos alimentos;
  • Privilegiar o uso de alimentos funcionais, promovendo a saúde preventiva;
  • Efetuar combinações adequadas e balanceadas dos ingredientes, para potencializar o aproveitamento dos nutrientes pelo organismo e maximizar suas propriedades;
  • Privilegiar o uso de alimentos orgânicos, cultivados de forma sustentável e sem a utilização de agrotóxicos e fertilizantes químicos;
  • Evitar o uso de alimentos transgênicos;
  • Privilegiar o uso de alimentos da estação que possuem maior teor de vitaminas e minerais;
  • Preferir o uso de alimentos adquiridos diretamente dos produtores locais, objetivando a utilização de alimentos mais frescos e o incentivo da produção artesanal e familiar;
  • Privilegiar o ato de cozinhar e a utilização de produtos naturais, em detrimento da compra de produtos industrializados e processados repletos de aditivos químicos e conservantes prejudiciais à saúde.

➡ Observação importante:  a gastronomia funcional não utiliza e prepara apenas alimentos sem glúten e sem lactose. O princípio é de respeito às restrições alimentares individuais e não de exclusão de determinados tipos de alimentos. Existem alimentos funcionais que possuem essas substâncias, tais como a aveia (contém glúten por contaminação, por ter seu plantio e processamento, geralmente, com o trigo, cereal que contém glúten) e os iogurtes (contêm lactose), e que podem, perfeitamente, fazer parte da preparação de um cardápio funcional.

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15. Qual é a quantidade mínima de ingestão diária de alimentos funcionais recomendada pelos nutricionistas ou especialistas?

consumo de alimento funcional

Não é possível estabelecer uma quantidade padrão recomendada de ingestão de alimentos funcionais, pois é necessário respeitar a individualidade bioquímica de cada pessoa.

Cada corpo, cada organismo processa e absorve os alimentos de forma diferente e possui necessidades nutricionais específicas.

Um determinado alimento pode ser benéfico para um indivíduo, mas pode ocasionar um efeito oposto para outro.

Aconselho que você procure um profissional da área, para um atendimento individualizado e para uma melhor adequação da alimentação às suas necessidades, objetivos pessoais e eventuais restrições.

16. Como você pode adotar uma dieta funcional?

dieta funcional

Para adotar uma dieta funcional, o ideal é que você, primeiramente, faça uma consulta com um nutricionista funcional.

É essencial que o profissional conheça seu histórico alimentar, emocional e de saúde, saiba sobre suas restrições, alergias e intolerâncias, analise suas necessidades e deficiências e considere suas preferências alimentares para, assim, poder montar um planejamento totalmente direcionado para você.

Não tenho dúvidas de que esse tipo de tratamento transformará a sua vida, assim como transformou a minha para melhor!

O planejamento funcional individualizado proporcionou o reequilíbrio e a combinação adequada dos nutrientes que eu consumia. Consequentemente, promoveu uma melhora surpreendente da minha composição corporal, da minha disposição e do meu bem-estar.

Hoje, me sinto mais viva, mais bonita, mais disposta, leve e saudável!

17. Quais são os profissionais de referência nessa área no Brasil?

profissionais alimentacao funcional brasil

Há vários profissionais de referência em alimentação funcional no Brasil. Listo aqui alguns de maior destaque no campo da Nutrição e da Gastronomia Funcional. Confira:

  • Valéria Paschoal – Nutrição Funcional

Link: https://www.vponline.com.br

Nutricionista funcional de maior referência no Brasil. Ministra cursos de pós-graduação e promove vários cursos e serviços para desenvolvimento da área de Nutrição Funcional no país.

  • Gabriel de Carvalho – Nutrição Funcional

Link: https://www.inavancada.com.br/

Pioneiro em Nutrição Funcional no Brasil. É nutricionista e farmacêutico bioquímico. Diplomado pelo The Institute for Funcional Medicine, em 1999.

  • Murilo Pereira – Nutrição Funcional

Membro e coordenador da Academia Brasileira de Nutrição Funcional.

Instagram: mvpnutricao

  • Denise Madi Carreiro – Nutrição Funcional

Link: https://www.denisecarreiro.com.br/

Nutricionista clínica e professora do curso de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional do Centro Valéria Paschoal, localizado em São Paulo.

  • Renato Caleffi – Gastronomia Funcional

Link: https://lemanjue.com.br/

Chef de cozinha pioneiro na aplicação da gastronomia funcional e proprietário do Le Manjue Organique, o primeiro restaurante com a bandeira da gastronomia orgânica e funcional no Brasil. Está localizado em São Paulo.

Juntamente com a Dra. Gisela Savioli, é autor do livro “Escolhas e Impactos – Gastronomia Funcional”.

  • Renata Macena – Gastronomia Funcional

Link: https://www.renatamacena.com.br/

Chef de cozinha especializada em gastronomia funcional e celíaca. Proprietária do Atelier Renata Macena, localizado em São Paulo. Ministra cursos de panificação funcional e realiza consultoria e eventos.

  • Lidiane Barbosa – Gastronomia Funcional

Link: https://lidianebarbosa.com.br/

Chef de cozinha especializada em gastronomia funcional. Ministra cursos presenciais e realiza consultoria.

18. Qual é a legislação da ANVISA aplicável a alimentos com alegações de propriedades funcionais?

legislacao alimentos funcionais

A regulamentação de alimentos com alegações de propriedades funcionais foi instituída no Brasil em 1999.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é quem estabelece normas e procedimentos para o registro dos alimentos com alegação de propriedade funcional. Veja quais são as regulamentações:

  • Resolução nº 18/99 – Estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de alegação de propriedade funcional e/ou de saúde trazidas em rotulagem de alimentos;
  • Resolução nº 19 /99 – Determina os procedimentos para registro de alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde;
  • Portaria nº 398/99 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde – Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos;
  • Resolução RDC nº 2/02 – Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e/ou de Saúde.

REFERÊNCIAS:

  1. https://www.mhlw.go.jp/english/topics/foodsafety/fhc/02.html
  2. https://www.scielo.br/pdf/%0D/hb/v24n4/01.pdf
  3. https://sites.unifra.br/Portals/36/CSAUDE/2008/05.pdf
  4. https://www.cnpso.embrapa.br/memoriatecnica/doc/doc169.pdf#page=39
  5. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html
  6. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4375225/
  7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26773777
  8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26829056
  9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26298458
  10. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27187333
  11. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27170557
  12. https://www.news-medical.net/health/What-are-Flavonoids.aspx
  13. https://www.ital.sp.gov.br/tecnolat/arquivos/artigos/PrebioticosProdutosLacteosRevistaLeiteDerivados.pdf
  14. https://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=95
  15. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27079631
  16. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23050963
  17. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26670451
  18. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000200009
  19. https://humanitiespolicy.unt.edu/topics/our_work/What’s%20Wrong%20with%20Functional%20Foods.pdf
  20. https://www.anad.org.br/as-diferencas-entre-alimentos-funcionais-e-nutraceuticos-2/
  21. https://www.unigran.br/interbio/paginas/ed_anteriores/vol4_num1/arquivos/artigo7.pdf
  22. https://hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/alimentos-funcionais-que-sao-como-utiliza-los-forma-pratica-sua-dieta.aspx
  23. https://web.unifoa.edu.br/cadernos/edicao/03/100.pdf
  24. https://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/perguntas+frequentes/alimentos/0133ef8040501497a426ac89c90d54b4
  25. https://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewFile/89/102
  26. https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_agrobio/_publicacao/89_publicacao09032009113306.pdf
  27. https://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2008/02_abr_jun/V26_N2_2008_p153-156.pdf

O conteúdo deste site é fornecido apenas para fins de educação e informação e não substitui a consulta a um médico, nutricionista ou outro profissional da área para aconselhamento, diagnóstico e tratamento. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas em substituição ao aconselhamento profissional e nem como base para autodiagnóstico.

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Comentários

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Comments

  1. Alessandra says

    junho 9, 2016 at 1:29 pm

    Sensacional!

    Responder
    • Vivo Leve says

      junho 10, 2016 at 9:57 pm

      Fico muito feliz que tenha gostado, Alessandra! Esse texto realmente é especial! Beijos

      Responder
  2. Karine says

    julho 5, 2016 at 11:20 pm

    Qualifico este artigo como excelente! Agradeço imensamente as informações embasadas numa literatura científica respeitada. Percebe-se o zelo e sua dedicação em tudo que se dispõe a fazer, Janaína. Parabéns! Que seja um sucesso!

    Responder
    • Janaína Marra says

      julho 6, 2016 at 9:11 am

      Muito obrigada, querida Karine! Fico extremamente feliz que tenha gostado do artigo! Feedback como esse é essencial para certificar que estou no caminho certo. Realmente os conteúdos aqui disponíveis são resultado de muita pesquisa e estudo, em artigos científicos e acadêmicos. O intuito é trazer as melhores informações sobre os temas abordados. Espero vê-la sempre por aqui! Beijo grande

      Responder
  3. Luciana says

    novembro 21, 2017 at 9:04 am

    Também adorei o conteúdo, até comprei o livro da Gisela e o Renato!!!
    Parabéns e obrigada.

    Responder
    • Janaína Marra says

      novembro 21, 2017 at 10:20 am

      Eu que agradeço o seu carinho, Luciana! Aproveite bastante o conteúdo. Foi feito com extremo cuidado, estudo e dedicação. Beijos!

      Responder

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